quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Padronizado


Vivemos uma época magnificamente rica em diversidades. A globalização tem colocado ao alcance de todos o mercado e suas ofertas modernosas. Via internet ficamos sabendo dos lançamentos da moda, da medicina e da eletrônica e podemos adquiri-los se tivermos dinheiro, é claro.
Isso tem um lado bom, democratiza o acesso à tecnologia. O mesmo acontece com as informações. Em tempo real assistimos o que acontece em qualquer recanto do Planeta.
Por outro lado, frustra ao percebermos que o que nos é disponibilizado segue um padrão de mercado e que há uma seleção do que “deve” interessar. Vá a uma loja e tente comprar um aparelho de som visualmente diferente. Não há! Tudo saiu de uma “forma” que reproduz uma estética cativa de algum “gosto tirano”. Predominam as cores prata e preto e o modelo é algo indefinido, mas dominante.
Esse é apenas um exemplo que se repete no vestuário, nos eletrodomésticos, nos móveis, nos automóveis, etc. Quanto maiores as possibilidades, mais faltam a criatividade e o diverso. Pobres de cores e de formas, as casas, os carros e as roupas são sem graça.
Na área da informação, apesar da ilusão de abrangência e alcance existe um filtro que seleciona o que nos deve “interessar”. Quem tem TV a cabo ou a satélite sabe disso. Gostaria muito de ver o que nossos vizinhos latino-americanos produzem na televisão, mas não há como ter acesso a isso. Como é o meio cultural argentino, por exemplo?! E o que o cinema mexicano produz? A música chilena, como conhecê-la? Como deve ser interessante o mundo europeu, seus países mais singulares, os eslavos, os nórdicos. Queria saber como vivem, o que os diverte, preocupa, desafia.
O pior nesse dilema é a sensação de não se ter a quem recorrer e nem possível mudança num futuro próximo. Fica-se no padronizado, na globalização seletiva e dirigida a partir de interesses que não os nossos. Aliás, nem é fornecido ao comum das pessoas o material para desenvolver um interesse diversificado, há uma sonegação da riqueza gloriosa do Planeta Terra.
Que seja de uma pequena maneira e com os recursos de que dispomos, façamos um esforço para que aconteça uma verdadeira globalização e seja desperto o interesse pelo diferente. Nisso, o sentido de unidade orgânica e anímica, revitalizado, há que ser fonte inesgotável de paz e de partilha entre as pessoas e os povos!
Onaldo Alves Pereira

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