sexta-feira, 24 de maio de 2013

Paz

Paz!
Seja este dia feito de tecido alegre,
bordado com momentos doces,
serenidade e bons encontros.
Algumas lantejoulas até que cairiam bem,
e uma pitada de purpurina.
Se o dia for de chorar, chore com a alma,
se de xingar, xingue bonito.
Em tudo, estejamos abertos,
para aprender mais um bocadinho.
E, Deus sorrirá sempre em todas as vidas.
Que tal perceber isto?!
Onaldo 

quinta-feira, 23 de maio de 2013

Predestinado eu


A poeira que faço diz ao mundo de onde venho,
que estradas fiz, carrego malas de mudança,
ou trecos de passeio.

E indo muito, viro eu mesmo poeira e, sigo delatando
passos, inventando mapas, puxando pés 
o mundo fica pouco, vou às estrelas.

Predestinado eu.
Onaldo

quinta-feira, 16 de maio de 2013


Sê doce,
mas consistente,
do tipo que derrete aos poucos,
na medida certa
prolongando o sabor,
e ensinando paciência.
Onaldo

terça-feira, 14 de maio de 2013

Sofremos violência

Sofremos violência toda vez que algo ou alguém se faz presente ou ausente em nossas vidas de forma desorganizada (sob o nosso ponto de vista, claro). 
Cometemos violência pela nossa ausência, o mais comum, ou participação descuidada na vida do outro.
Um vírus, uma proteína  a serpente, o gavião, uma planta, um meteorito, duas pessoas, tudo que se encontra sem harmonia causa descontrole e sofrimento.
Depois, vem a reorganização, a cura e muitas vezes uma nova e inusitada forma de vida surge desse caos.
Em tudo estamos bem e para melhor, mesmo que não o percebamos. Podemos ver isto, se não formos imediatistas.
Onaldo

domingo, 12 de maio de 2013

Danura


Acabo de fazer danura,
dei volta e meia no escuridéu do quintal,
onde, em maio, passeiam os cascavéis, 
e, imagina, vi estrelas por entre folhas de angico,
cuidei estar tudo do avesso.
Nesta vertigem de prazer
fiquei por lá, 
aqui, estarei não mais.
Onaldo
Muita paz!
Aproveito o escuridéu da madrugada para olhar para dentro de mim mesmo, onde sempre lumia Deus.
O maior de meus quereres, talvez o único que valha algo, está sempre  a ser parido, desda que primeiro orei na vida.
Sofro as dores do parto e me regozijo com a novidade que se aprochega, mas demora.
Ontem, bem na boquinha banguela da noite, tive uma experiência numinosa. Saíramos a ver o desmanchar do sol em cores  alumbradas e moleques, os bichos donos da casa e eu, a minoria humana da turma, quando demos com uma jiboia visivelmente caduquinha. Ela atravessou o nosso espanto, gatos pelos eriçados, cachorros rosnando e eu sei lá o que, passando por de cima de um dos meus pés, numa boa, lenta como o mundo. Deus, desenhado com bordas abertas, ali naquela cena, sorriu molequinho doido.
Na berma daquele trieiro fiquei até agora, em espírito alevantado...
Tenhamos uma semana de ser bondade para o mundo!
Abraços,
Onaldo Pereira