quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Malemal

Malemal
Malemal equilibrado, aquele arranjo de cores, ia ameaçando espalhar-se pelo negro sujo do asfalto.
O carrinho lotado em sua capacidade e mais um milagroso pouco de frutas variadas e de flores algumas, uns pés de alfaces e, o que me interessava no momento, naquele caos, a Folha de São Paulo. Anunciando item por item numa cantinela entrecortada de gemidos e upas e ôpas, aos quase apocalipses do conjunto, a cada bacada, nessa volta ou naquele desvio, o vendedor fazia o seu comércio com sucesso. Comprei dele a Folha de São Paulo, como às vezes faço aos domingos, ao preferir não ter que caminhar até a banca.
Assim começa meu dia. Pretendo pouco dele, ler, prosear com os de casa, escrever, mimar os bichos, assuntar o tempo, puxar uma soneca e, é claro, estou aberto, sempre, a boas surpresas.
Onaldo A. Pereira

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