domingo, 30 de novembro de 2008

Sol e nuvens



Os cachos de arroz bebem sol
dourados de branco miolo
morrem de amor

As laranjas açucaradas
do sol tomam a cor e o sabor
e se oferecem todas, puro amor

As nuvens abaixam-se
dão garfadas no chão
e arrotam, que foi bom.

Onaldo Alves Pereira

Ter por inteiro


O consumismo explora a superficialidade humana, a incapacidade de parar, degustar, retirar o máximo de cada bocado. Compramos um bolo duma vitrine cheia de quitutes, entre todos, o mais vistoso; damos uma mordida e já queremos outro. Esse desejo rouba-nos grande parte do prazer atual e real do que estamos recebendo; o desprezamos antes de chegar ao seu recheio. Isso é assim em todas as esferas da vida, minguando nosso prazer, desencadeando ansiedade, gerando conflitos internos e externos. Querendo ter mais sem termos aproveitado ao máximo o que temos e saindo em busca disso, de fato perdemos tudo. Pois, na fatia de uma maçã temos ela toda, se na fatia somos capazes de receber a totalidade de seu sabor, perfume e textura, sem a ânsia pelo próximo pedaço, que pode vir calmamente.
Seguindo esse pensamento, onde me cabe é o meu reino, não necessito mais do que isso, se mais me vem é privilégio gratuito.
Transformar cada passo em um passo para novas oportunidades, cada vista como a mais interessante no momento, cada pessoa como um convite de amizade ou convívio respeitoso (a indiferença também vale!), cada refeição como um presente, cada trabalho como arte (nem só o agradável é arte), eis aí o segredo simples da maior felicidade (felicidade que inclui o sofrimento). Isso, contudo, não deve ser um arremedo, ou fazer de conta, ou um estar cego aos limites, fraquezas e defeitos de cada situação. Ver algo ou alguém como o melhor, significa compreender, inclusive, os seus defeitos. Buscar a perfeição ideal é cair no mesmo círculo escravizante e destrutivo de se querer sempre o que não se tem no momento!
Onaldo Alves Pereira

sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Em construção


Em construção
Quando vemos uma casa em construção temos logo uma impressão de desordem e de caos. Materiais, ferramentas esparramados e pessoas fazendo coisas sem uma lógica imediata, embora implícita.
É assim também que, de primeira mão, enxergamos o mundo sendo criado – agora – por Deus.
Como resposta podemos desenvolver uma teologia apocalíptica ou tornarmo-nos alegres participantes da obra! Conhecedores que somos do plano que a guia, a Boa Mente de Deus!
Onaldo Alves Pereira

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Tão simples e tão profundo!


A manifestação da Vida é a Verdade! A apreciação disso resulta nos instrumentos de busca que ajudam a progredir na Verdade: ciência, arte e filosofia.
Onde está o ser humano aí está a verdadeira Religião. A decodificação grupal ou individual disso cria as religiões.
Enfeitar o mundo a partir de si mesmo é a Espiritualidade mais perfeita. Orar é intensificar esse trabalho.
Deus, ou o Centro, não se acha nem se procura, pois é o Mais Presente, a Vida de nossa vida, a Alma de nossa alma.
Quando acordamos para a manifestação da Vida em nossas vidas aí percebemos tudo isso e sossegamos!
Onaldo Alves Pereira

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

O homem da Chiquita

O homem da Chiquita

Denso como uma barra de ferro, ele sabia pouco de si mesmo e menos ainda do mundo. A densidade também o fazia impermeável a sentimentos. Vivia por viver e topava pirraçar a existência como pudesse. Na maior força do tempo, quando acordado, comia, palitava os dentes, fumava e biritava.

Morava com uma enrabichada de alguns anos, dela sugava o que podia e a ela dava sexo de má qualidade. Alto, nos truques que as substâncias fazem nos miolos, ele enfiava a mão entre as pernas dela, tirava o pau pra fora pra ser chupado, quando dava subia nela, ainda meio vestidos ambos e gozava fedida gosma que ela sofria com asco.

Desaparecia por dias e voltava sempre bem vestido, relógio novo, jóias e algum dinheiro. Resmungava, um pouco mais satisfeito, que queria muita carne. Ela cozinhava costela de vaca com muito sal e muita pimenta, fazia do caldo pirão moreno e forte, que ele comia ininterruptamente até acabar.

Ela costurava pra fora. As freguesas comentavam sobre o homem da Chiquita e espichavam os olhos para dentro da casa querendo dele ver uma cena. Todas tinham uma passagem para contar. Entre mito e fato, o assunto rendia. Olhando figurinos nas velhas revistas de moda, elas passavam na sala de costura da Chiquita mais que a precisão.

Chiquita importava pouco ou nada com a situação. De como ele viera para sua vida, tinha história. Muita coisa carregava cada capítulo da novela que fora a sua vida e, em especial, o que dava entrada a esse personagem. Pouca gente sabia disso e ninguém dessa cidade, onde estava fazia tempo. Viera com o caso resolvido e encrencado.

Rapadura é doce, mas não é mole, dizia a uma ou outra freguesa, que não tinha amigos. Essa frase, único desabafo que se permitia fazer, era ricamente interpretada pelas exegetas da vida alheia.

Ele gostava de estilingues e os fazia com perfeição e arte. Trabalhava as forquilhas com figurinhas feitas a canivete e com arame em brasa. As borrachas e o courinho onde ia a pedra eram milimetricamente medidos e aparados. A gurizada da cidade disputava a tapas um estilingue feito por ele. um rapazola, beirando os dezoito, tinha acesso ao precioso material. Ele vinha em data marcada, pegava a caixa de sapato cheia de estilingues e os vendia aos garotos. Às vezes, ele parava a sua produção por uns tempos e os estilingues ficavam com preço inflacionado, com os mais espertos tirando proveito disso.

Começo de novembro, depois de Finados, a tarde veio coberta de nuvens escuras. Fez-se noite antes da hora e caiu o maior toró. Foi água como não se vira antes nas redondezas. Raios e trovões arrematavam o aguaceiro. Aterrorizada, a população correu cada um à sua devoção. A luz foi embora. O ronco da enxurrada misturado ao assobio do vento arrepiava até as almas mais duras.

Ao abrir a porta da cozinha para deixar entrar o gato que miava, uma das freguesas de Chiquita viu pendurado no galho baixo do limoeiro o pano que deixara com ela para ser costurado num vestido. Assustada com a visão sinistra ela entrou na chuva para apanhar o tecido e nisso, viu, à luz de um relâmpago, desses que fendem o céu inteiro, que vestidos, panos, linhas, fitas métricas e outros apetrechos de trabalho da Chiquita, muito deles conhecidos, enfeitavam os telhados das casas, os galhos das árvores, os postes de luz e até o cruzeiro da igreja. Tremendo, ela voltou pra dentro e contou para a mãe a visão. Ela abriu a janela para nela descobrir um pedaço de fita russa e, no que restava de um monte de tijolos, o brilho de um punhado de botões dourados.

Não agüentando a ansiedade do mistério e a previsão de uma tragédia, a freguesa saiu na chuva com a mãe, foi até a vizinha do lado para comentar o estranho acontecimento.

Aos poucos toda a vizinhança vira que uma fenomenal quantia de roupas, tecidos e material de costura estava espalhada por quase toda a cidade. Muitas, quase todas as mulheres, reconheciam algo de seu no emaranhado. Estranhavam que Chiquita tivesse tanto delas consigo, que coubesse naquela salinha modesta o que agora parecia não caber num galpão. Começaram, então, a pensar no porquê de terem levado tanta costura para Chiquita, que nem numa vida dariam conta de usar tanta roupa. Esse era o assunto, quando alguém abriu a torneira e gritou que dela saíam botões, agulhas e miçangas, ao que todos, cada um voltando pra casa, verificou que também era assim.

Amainara a chuva, restando apenas um sereno macio, iluminado por imensa lua cheia que empurrara de seu carão algumas nuvens, interessada que estava em assistir tão inusitado evento.

A luz fria, riscada por chuvisco fininho tornava aquele quadro ainda mais assustador. A estamparia dos panos e o comprido das linhas esticadas de uma árvore a outra, mudavam de tom e tremulavam como se tivessem vida própria.

No apuro da coisa nem lhes acudiu à alma o destino de Chiquita, seu homem e sua casa. quando era dia e ninguém atinara ainda trocar as roupas de dormir e nem coar café, um menino perguntou ao seu grupo cadê Chiquita. Se todo o seu trabalho estava espalhado pela cidade, então, o que não poderia ter acontecido à sua casa?

A casa estava intacta, rebrilhando com a umidade. Todas as portas fechadas, a janela da sala de costura aberta. Dentro da casa tudo nos seus devidos lugares, a sala de costura estava nua, sem móvel ou apetrecho. No quarto, sinais de que as malas haviam sido feitas. Haviam, decerto, partido.

Vagando que nem fantasmas pelas ruas, olhando tudo enfeitado com suas roupas, panos e aviamentos, entraram na igreja e deram com a máquina de costura de Chiquita cravada como uma jóia no altar mor e no confessionário, mil cento e um estilingues, os mais belos que jamais haviam visto.

Nunca tiveram notícias de Chiquita e de seu homem.

Onaldo Alves Pereira

Malemal

Malemal
Malemal equilibrado, aquele arranjo de cores, ia ameaçando espalhar-se pelo negro sujo do asfalto.
O carrinho lotado em sua capacidade e mais um milagroso pouco de frutas variadas e de flores algumas, uns pés de alfaces e, o que me interessava no momento, naquele caos, a Folha de São Paulo. Anunciando item por item numa cantinela entrecortada de gemidos e upas e ôpas, aos quase apocalipses do conjunto, a cada bacada, nessa volta ou naquele desvio, o vendedor fazia o seu comércio com sucesso. Comprei dele a Folha de São Paulo, como às vezes faço aos domingos, ao preferir não ter que caminhar até a banca.
Assim começa meu dia. Pretendo pouco dele, ler, prosear com os de casa, escrever, mimar os bichos, assuntar o tempo, puxar uma soneca e, é claro, estou aberto, sempre, a boas surpresas.
Onaldo A. Pereira

Padronizado


Vivemos uma época magnificamente rica em diversidades. A globalização tem colocado ao alcance de todos o mercado e suas ofertas modernosas. Via internet ficamos sabendo dos lançamentos da moda, da medicina e da eletrônica e podemos adquiri-los se tivermos dinheiro, é claro.
Isso tem um lado bom, democratiza o acesso à tecnologia. O mesmo acontece com as informações. Em tempo real assistimos o que acontece em qualquer recanto do Planeta.
Por outro lado, frustra ao percebermos que o que nos é disponibilizado segue um padrão de mercado e que há uma seleção do que “deve” interessar. Vá a uma loja e tente comprar um aparelho de som visualmente diferente. Não há! Tudo saiu de uma “forma” que reproduz uma estética cativa de algum “gosto tirano”. Predominam as cores prata e preto e o modelo é algo indefinido, mas dominante.
Esse é apenas um exemplo que se repete no vestuário, nos eletrodomésticos, nos móveis, nos automóveis, etc. Quanto maiores as possibilidades, mais faltam a criatividade e o diverso. Pobres de cores e de formas, as casas, os carros e as roupas são sem graça.
Na área da informação, apesar da ilusão de abrangência e alcance existe um filtro que seleciona o que nos deve “interessar”. Quem tem TV a cabo ou a satélite sabe disso. Gostaria muito de ver o que nossos vizinhos latino-americanos produzem na televisão, mas não há como ter acesso a isso. Como é o meio cultural argentino, por exemplo?! E o que o cinema mexicano produz? A música chilena, como conhecê-la? Como deve ser interessante o mundo europeu, seus países mais singulares, os eslavos, os nórdicos. Queria saber como vivem, o que os diverte, preocupa, desafia.
O pior nesse dilema é a sensação de não se ter a quem recorrer e nem possível mudança num futuro próximo. Fica-se no padronizado, na globalização seletiva e dirigida a partir de interesses que não os nossos. Aliás, nem é fornecido ao comum das pessoas o material para desenvolver um interesse diversificado, há uma sonegação da riqueza gloriosa do Planeta Terra.
Que seja de uma pequena maneira e com os recursos de que dispomos, façamos um esforço para que aconteça uma verdadeira globalização e seja desperto o interesse pelo diferente. Nisso, o sentido de unidade orgânica e anímica, revitalizado, há que ser fonte inesgotável de paz e de partilha entre as pessoas e os povos!
Onaldo Alves Pereira

Simplicidade


Simplicidade, em um mundo complexo e de múltiplas ofertas e demandas, não se consegue facilmente. Mesmo assim, simplificar a vida pode significar viver com sentido. Simplificar, contudo, não precisa ser uma ruptura com as demandas e ofertas. Não é necessário abandonar a cidade (mas pode também ser isso) e nem tornar-se monge ou monja. Aliás, as demandas e ofertas podem ser nossas aliadas e auxiliares na simplificação do dia-a-dia. A alta tecnologia, quando usada com equilíbrio, ajuda. Aproveitar a diversidade de comida em oferta, para saboreá-la (uma de cada vez) lentamente, é ótimo. Para isso, é bom priorizar qualidade ao invés de quantidade. Encarar a multiplicidade de coisas, eventos e oportunidades à nossa disposição como o que de fato são: ofertas e não obrigações. Desenvolver o poder de deixar para depois, conhecer o próprio limite de aproveitamento do que está em suas mãos. Saber que na partilha a conversa e o sentimento de se estar junto com o outro são mais importantes do que o material partilhado. A solidão algumas vezes aguça a necessidade de consumo e eleva o grau de descontentamento que, por sua vez, tenta-se remediar com mais consumo. Noutras, é bom e salutar estar-se só e não existe nenhum defeito nisso. Aliás, a melhor companhia pode ser a própria. Ter que se enturmar só descompensa as coisas ainda mais. Simplificar também pode incluir uma ênfase maior na intensidade do que no número de amizades.
Além de tudo, não se sentir pressionado, nem por discursos internos nem externos, que exigem isso ou aquilo. Por exemplo: ter que (ser obrigado) simplificar é tão ruim e, geralmente produz os mesmos resultados, que ter que consumir.
Onaldo Alves Pereira

sexta-feira, 21 de novembro de 2008


Primeiro o verde
Primeiro o verde, depois a casa. A casa plantada no verde, nele respeitosamente enraizada.
Apreciamos o verde e nele a casa com quantas cores quiser enfeitar-se. Pedir licença ao mato, licença às flores, ajeitar-se sem ferir. Poderosamente discreta, a casa pode ser legítima.
A rua, essa então, há que fazer seu curso rodeada de verde, dando espaço a grupos de árvores, desenhando com capricho canteiros de flores e, parando onde o verde não permitir que continue.
O verde primeiro, depois a casa e, ainda mais posteriormente, a rua.
A cidade é apreciada e feita bela quando, como pedra preciosa, é engastada na natureza, compondo uma jóia preciosa.
Primeiro o verde, depois a cidade.
Onaldo Alves Pereira

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Sabor da fruta
O sabor da fruta é todo meu
que não se sabe se é dela mesmo
ou se brota de mim

Sendo dela, ela é minha
a fruta inteira
não sei se sou ou se ela é

A fruta perde a alteridade
eu me perco nela
sobra o sabor grande

Da vida, um pomar
eu nele, ele em mim
somos só sabor
e isso oferecemos.
Onaldo Alves Pereira
Obrigações
A sociedade nos obriga a muito. A religião, a mais ainda. A pior dessas obrigações, a que mais mal faz é a de se ser feliz!
Ser feliz é um misto de tudo o que a vida nos apronta e o que fazemos dela. Essa mistura nem sempre é só alegria e nem cabe nas expectativas da filosofia de auto-ajuda tão em moda.
Ninguém é feliz, mas todos podem ir sendo felizes. O tédio de uma felicidade absoluta faria a vida murchar e tiraria dela muito de sua arte.
Ser feliz por obrigação, reagir às ordens de “sorria!!!” para caber nos sistemas de consumo psicoreligiosos só acrescenta à infelicidade natural de cada um.
Onaldo Alves Pereira
A minha religião
Perguntado sobre a minha religião respondo: a Vida!
Se insistir no particular e simbólico, direi que sou animista, zoroastriano, candomblecista, judaico, hinduísta, budista, cristão, pagão, jain, caodai, xintoísta, taoísta, sikh, bahai, islamita, etc e etc. Tudo ao mesmo tempo, nessa salada mista e paradoxal.
Amo e admiro cada uma delas. Rejeito tudo o que nelas discrimina a mulher, o diferente, os gays e lésbicas e o mundo. Trabalho para que não mais derramem sangue em guerras. Espero que se suavizem e deixem de ser fonte de fanatismos.
O que nelas mais me fala à alma? A sua capacidade de provocar no ser humano a apreciação e a prática gratuita do bem. Ainda: a sua arte, poesia, templos e ritos enfeitam a Vida!
Onde a vida se manifesta aí está a Vida, Deus, Deuses e Deusas, a verdadeira religião, a que permeia todas as tradições da espiritualidade humana!
Inquirido sobre se creio em Deus, direi que sim. Se sou monoteísta? Sou. Se politeísta? Sou.
De novo, se creio em Deus? Sou ateu.
Creio nos crentes mais que nas crenças.
Sou tudo o que o ser humano é e nisso vou me descobrindo completo!
Que mixórdia sou, então?
Que loucura sou eu?!
Um ser humano que se assume por inteiro, inclusive no que desconhece de si mesmo. Que se descobre a cada passo mais que só essa pessoa com nome e endereço fixo, mas também ela, integralmente.
Sou um ponto de encontro, onde tudo se mistura, se desentende, se resolve e resulta nesse sublime mosaico que se pode chamar Vida.
A Vida de nossas vidas!
Prefiro conferir à minha experiência com o numinoso o nome de Vida. Outros nomes também servem, até a palavra Deus. Vida, contudo, catalisa todos os sentidos em algo mais aberto e generoso, como o oceano recebe os rios.
Onaldo Alves Pereira

Quão gracioso o caminho que se desdobra em mil para não deixar ninguém de fora

Verdadeira liberdade

Verdadeira liberdade
Ocorreu-me que: só é livre de fato aquele que não pode mais ser senhor. Enquanto persiste a possibilidade de tomarmos o senhorio sobre algo ou alguém nos colocamos também sob o domínio de outrem. O livre não precisa e nem consegue ser senhor. A liberdade pressupõe extinção de domínio, de outro ou nosso.
Essa liberdade começa dentro da gente, onde não temos mais que responder a quaisquer demandas, seja do medo, da necessidade ou do dever. Só ama plenamente quem é livre.

Onaldo Alves Pereira