sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Como se fosse o primeiro amor

“Viva cada dia como se fosse o seu último”. Essa máxima, tão do gosto de quem pretende chamar para uma maior dedicação e qualidade no agir diário, usa como elemento valorizador a escatologia. A morte vira estímulo e o fim das coisas o seu qualificador.
Essa é uma mentalidade que desvaloriza a vida. Ao colocar a morte como o filtro final, a vida ganha o caráter de qualquer coisa, fica dês-importante a não ser sob a foice da “madame”.
Talvez fosse preciso aprender que cada dia é um valor em si, que não carece pressão escatológica alguma para ser o melhor.
Além disso, se algum estímulo é necessário, que tal apelar às primeiras coisas. Viva hoje como se fosse o primeiro dia de sua vida, o primeiro amor, a primeira viagem etc!
Onaldo Alves Pereira

Um comentário:

  1. Amigo Onaldo,

    Adorei seu texto e o assunto levantado. A nossa missão, como cronistas e comentáristas da vida, é a de levantar boas questões para o debate! Adorei essa! e adorei também a perspectiva pela qual você abordou o tema!

    Mas me ocorreu ainda um outro ângulo: A máxima do "Viva cada dia como se fosse o seu último", traz atrás de si um individualismo atroz. É o hedonismo, essa busca incessante pelo prazer imediato, solitário, desmedido... Um hedonista tem em seu inconsciente o seguinte pensamento oculto: "que se dane o próximo, o que interessa é o meu prazer, a minha alegria". Diga-me, parceiro das letras: Há uma visão de vida mais sórdida do que essa?

    Forte abraço do amigo
    Cesar Cruz

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