sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Ninguém crê no inferno

Uma das coisas mais assustadoras no ser humano é a sua capacidade de imaginar que possa salvar-se de uma danação eterna, na qual pereceria a maioria absoluta de seus semelhantes, familiares e amigos. Aterrorizante é que possa, ainda, alegrar-se nesta sua suposta salvação.
Para mim, essa imaginação é o único pecado humano, aliás, a sua doença mais avassaladora.
O normal seria que, ao imaginar tal descalabro, a pessoa optasse por estar onde a maioria estivesse. Fosse isto impossível, o único remédio seria enlouquecer.
O ser humano com um mínimo de sensibilidade não sobreviveria a uma possibilidade tão absurda, ilógica e odiosa!
Crer em um Deus capaz de permitir um inferno é inventar o diabo do diabo, o pior mal.
Só posso concluir que ninguém de fato crê nessa perdição; como não crê no lobo mau nem em vampiros etc. Apenas sofre uma alucinação desvairada, uma viagem egocêntrica do tipo: “eu vou para o céu, você não vai”; da qual há de acordar logo.
Onaldo Alves Pereira

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