sábado, 29 de junho de 2013

Sobra militância e falta substância

Nos dias que correm, sobra militância e falta substância. Basta ouvir os discursos políticos, que nunca foram tão feios como agora, os debates de ideias, que andam escarças, a fala dos "com causa", as pregações religiosas e os discursos da autoajuda para se ver que não alçam voo! Rastejam pela poeira do comezinho, do gaguejante mal ensaiado e resvalam para o nada, de onde vieram. As redes sociais são um terreno fértil para bobagens redundantes, tudo mal escrito e muito sofrido. Repetem ad nauseam  frases feitas e coladas ao infinito. Quando alguém sugere um assunto de verdade, a maioria nem lê ou, se o faz, por ele não se interessa ou nem o entende. Se se cola com o texto uma foto, a maioria a comenta, mas não toca no que importa de fato, a substância. 
Pudera, num tempo e país em que os políticos discursam feiamente e até a presidente não consegue dizer uma frase com sentido, o povo segue junto e vive numa larga planura de pensamento raso. Como crianças, as pessoas passam as páginas da vida em busca de figurinhas bonitas. 
Onaldo

quarta-feira, 12 de junho de 2013

Descombinando



Descombinando do céu à terra, as cores vão caindo numa mistura suave, enquanto o sol despenca por detrás do morro. É a noite que se anuncia, puxando o cortinado de estrelas e soltando assombrações. Nada resta de burburinho. Os bichos humanos e os não humanos voltam para suas tocas e inventam bobaginhas de antes de dormir. Nidam os passarinhos. 
Aquieta-se a alma e, é nesta hora que dá para ouvir a Voz quieta que nos calibra a alma para o rumo bom da vida. 
Onaldo

sábado, 1 de junho de 2013

A alma


A alma tem que ser inteira,
redonda, como no céu
a lua cheia

A alma tem que ser tonta,
como em noite de lua
enamorados na terra

A alma tem que ser alegre,
colorida de leve e muitos tons,
orquídeas no jardim

A alma tem que ser alma
alegre borboleta, tonta
de néctar forte, inteira
Onaldo Alves Pereira

O amor não obriga



O amor não obriga, ele se oferece
como vasilha, onde cabemos bem.
diante do amor, outro amor surge
e, tudo des-sofre dos poderes que são.
Em liberdade seminal, cresce o ser
para si mesmo, quer ser mais para o amor.
Dar-se mais, essa vertigem vital.
Até que os amores se fundam
em um só amor, este completo,
seiva da árvore da vida.
O amor amado por todos os amores.
Onaldo